Prefeitura

27 de mar de 20219 min

Plano Municipal de Operalização da Vacinação Contra a COVID-19

Atualizado: 13 de abr de 2021


 

 

 
NOTA TÉCNICA
 

 
Campanha de vacinação contra COVID-19 Plano Operativo
 

 
28/01/2020
 

 
Contexto
 

 
A realização da campanha de vacinação contra COVID-19 será um grande desafio para o SUS, particularmente para gestores e equipes técnicas Municipais. Sem dúvida, uma experiência sem precedentes. O presente documento define o Plano Municipal de operacionalização de Vacinação contra a COVID-19 em Cachoeiras de Macacu-RJ, onde estabelecemos estratégias e planejamos as ações de vacinação. Tais Preparativos que incluem também a articulação com outros setores do poder público, como também com diferentes segmentos da sociedade, propiciando um ambiente de trabalho integrado, de parcerias, de transparência com o objetivo principal de assegurar uma vacinação segura e eficiente.
 
É fundamental a união de esforços de toda a equipe da rede Municipal para atingirmos o objetivo e superarmos os desafios de se vacinar a população que compôem os grupos prioritários de forma segura e eficaz onde não se comprometa a saúde dos profissionais envolvidos e a qualidade dos Imunos a serem manuseados e utilizados nesta Campanha que entendemos ser um grande marco na história do Programa Nacional e Municipal de Imunização.
 

 

 
Toda estratégia de vacinação deverá manter rigorosamente os cuidados para evitar aglomeração, medidas que impeçam a transmissão da doença e as medidas de segurança para os profissionais de saúde.
 
Preparação de Plano para Realização da Campanha de Vacinação contra COVID1-19
 

 

 
Coordenação do Plano
 

 
Instituir um Coordenador da Campanha e compor uma equipe de coordenação e apoio técnico. Atribuições desta equipe:
 

 
* Articular o Planejamento da campanha de modo conjunto com todos os setores que estarão envolvidos na operacionalização da Campanha. O Planejamento envolve:
 
* Identificar/estimar a quantidade de pessoas a serem vacinadas de acordo com o estabelecido nos Planos Nacional e Estadual de Vacinação
 
* É útil utilizar como base ou comparação entre as estimativas oficiais a quantidade de doses aplicadas nos grupos específicos durante a Campanha de Influenza de 2020, ou a de 2019.
 
* Identificar as diferentes estratégias de vacinação para facilitar acesso das pessoas a serem vacinadas e atingir as metas preconizadas
 
* Quantificar número de trabalhadores necessários e parcerias para compor as equipes de vacinação (por exemplo: escolas e faculdades de profissionais de enfermagem)
 
* Identificar e quantificar todos os insumos que serão utilizados nas diferentes estratégias de vacinação (vacinas, seringas e agulhas, impressos, caixas térmicas, bobinas de gelo, material para descarte adequado dos resíduos, EPIs etc.)
 
* Organizar a logística da Campanha: estoque e distribuição dos insumos e vacinas para os Postos de Vacinação
 
* Organizar o gerenciamento dos resíduos em todo tipo de estratégia de vacinação
 
* Organizar capacitação das equipes de vacinação e da Vigilância em Saúde
 
* Organizar equipe de supervisão nos Postos de Vacinação e da central de abastecimento
 
* Estabelecer as necessidades de comunicação de modo articulado com os setores de Comunicação
 
* Articular formadores de opinião.
 

 
Estratégias de vacinação
 

 
As estratégias de vacinação devem ser consideradas de acordo com os grupos e população a ser vacinada, propiciando facilidade de acesso e atender necessidades especificas de grupos vulneráveis. Foram priorizadas segundo os critérios de exposição à infecção e de maiores riscos para agravamento e óbito pela doença. O escalonamento desses grupos populacionais para vacinação se dará conforme a disponibilidade das doses de vacina, após liberação para uso emergencial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA).
 
O Ministério da Saúde iniciou a campanha nacional de vacinação contra a covid-19 em 18 de janeiro de 2021, com um total de 6 milhões de doses da vacina Sinovac (Butantan). De acordo com o quantitativo disponibilizado, na primeira etapa da campanha foram incorporados os seguintes grupos prioritários:
 
* Pessoas idosas residentes em instituições de longa permanência (institucionalizadas);
 
* Pessoas a partir de 18 anos de idade com deficiência, residentes em Residências Inclusivas (institucionalizadas);
 
* População indígena que vive em terras indígenas homologadas e não homologadas; e
 
* 34% dos Trabalhadores da saúde (ver estrato populacional abaixo)
 
Foi necessário um ordenamento de priorização desse estrato populacional, a fim de atender TODOS os trabalhadores da saúde com a vacinação, sendo facultada a Estados e Municípios a possibilidade de adequar a priorização conforme a realidade local, a serem pactuadas na esfera bipartite (Estado e Município).
 
Segue abaixo a orientação de priorização da categoria dos trabalhadores de saúde que foram estabelecidas:
 
* Equipes de vacinação que estiverem inicialmente envolvidas na vacinação;
 
* Trabalhadores dos serviços de saúde públicos e privados, tanto da urgência quanto da atenção básica, envolvidos diretamente na atenção/referência para os casos suspeitos e confirmados de covid-19;
 
* Demais trabalhadores de saúde.
 

 

 
Cabe destacar o caráter contínuo da vacinação, contemplando os grupos de forma cumulativa, à medida que novas doses da vacina forem disponibilizadas, visando à vacinação dos grupos prioritários, segundo escalonamento previsto pelo Ministério da Saúde.
 
Nesse sentido, é muito importante, na medida do possível, que a Secretaria Municipal de Saúde e a rede de serviços de Atenção Primária à Saúde (APS)/ Estratégia Saúde da Família (ESF) estabeleçam parcerias locais com instituições públicas a fim de descentralizar a vacinação para além das Unidades da APS. Possíveis parceiros podem ser os serviços de assistência social, a rede de ensino, as Forças Armadas, os centros de convivência, entre outros.
 
No âmbito da APS, sugerem-se as seguintes estratégias que podem ser adotadas isoladamente ou de forma combinada pelos serviços:
 

 
* Postos de vacinação Fixos: atende demanda espontânea, funciona em período integral, sugerimos as Unidades: C.M.S (Centro Municipal Mário Simão Assaf), UBS Japuíba, UBS Ribeira, ESF Papucaia e ESF Maraporã,
 
* Postos de vacinação volantes área Rural: ficam sugerido as 16 unidades de Estratégia de Saúde da Família distribuídas entre o 1º, 2º e 3ºdistritos do município atendendo demanda espontânea,
 
* Equipe de vacinação para acamados: funciona com roteiro específico para atender esta população,
 
* Equipe de vacinação para institucionalizados: funciona com roteiro específico para atender esta população,
 

 
Quadro: Estimativa de funcionários estimados para uma equipe, por tipo de estratégia de vacinação:
 

 

 
Função Acolhimento
 
Triagem Registro das doses Preparação Aplicação Motorista Total Posto Fixo0101-010103Posto volante área rural0101-010104Acamados011-010103Institucionalizados01--020104Obs: a depender da quantidade de pessoas a serem vacinadas é necessário montar mais de uma equipe
 

 

 
Estimativas de aplicação de vacinação:
 

 
Estima-se que cada aplicador faz 30 vacinas por hora, considerando que todo o processo de triagem, orientação, registro de doses e preparação da vacina já tenha ocorrido.
 
Estima-se que cada aplicador faça 168 aplicações/dia, considerando uma jornada de trabalho de 8 horas e descontando intervalos para descanso, banheiro, etc.
 
Com estes parâmetros é possível estimar a aplicação de vacinação nas diferentes estratégias de vacinação.
 
Logística
 

 

 
Organizar toda a logística da Campanha é ação estruturante, pois ela garante o seu funcionamento.
 
É importante verificar com antecedência as condições do município para o recebimento e armazenamento dos insumos que serão entregues pela Secretaria de Estado da Saúde.
 
Cabe Solicitação ao CGA a informação da grade de dispensação dos insumos prevista para o município.
 
Considerar a possibilidade de buscar parcerias para eventual acondicionamento de insumos, procurando por um local seguro de umidade e calor, com medidas para evitar possíveis vandalismos.
 

 
Central de abastecimento ou almoxarifado
 

 
Este é o primeiro setor a ser acionado para a execução da Campanha.
 
Assim, a equipe da Central de abastecimento já deve estar com seu planejamento de trabalho, destacando os responsáveis pelos diferentes setores, necessidade de RH e com previsão de horas extras.
 
Atribuições da Central:
 

 
* Fazer levantamento dos insumos em estoque,
 
* Fazer previsão de necessidade junto com a Coordenação da Campanha,
 
* Receber os insumos e vacinas,
 
* Propiciar acondicionamento adequado,
 
* Preparar e distribuir insumos e vacinas,
 
* Fazer a distribuição,
 
* Oferecer retaguarda durante todo o período da execução da vacinação,
 
* Realizar as entregas eventuais.
 
Setor de Transporte:
 

 
* É necessário estimar a necessidade de veículos e motoristas para as entregas de insumos de vacinas e deslocamento das equipes.
 
* Fazer a manutenção preventiva dos veículos
 

 
Unidades Básicas de Saúde
 

 
As Unidades Básicas de Saúde também trabalham com logística, pois devem planejar suas necessidades de insumos e vacinas e de RH, bem como toda a preparação para estratégias de vacinação que acontecem em seu território, externas à Unidade.
 
Atribuições:
 

 
* Receber e acondicionar insumos e vacinas,
 
* Preparar material para a Equipe de Acamados,
 
* Monitorar quantidade de insumos diariamente para solicitação prévia, para evitar desabastecimento,
 
* Fazer os registros necessários de acordo com o processo administrativo municipal,
 
* Preparar logística para destino dos resíduos.


 
Rede de Frio
 

 

 

 
A cadeia de frio é o processo logístico da rede de frio, desde a saída do imunobiológico de um determinado ponto até chegar ao indivíduo que receberá a vacina. Nesta cadeia entra também o transporte, aonde as vacinas iram em caixas térmicas com bobinas de gelo e termômetros. Em toda a cadeia deve ser organizado o processo de trabalho para monitoramento e registro das temperaturas. Uma rede de frio adequada é essencial para garantir a qualidade do imunobiológico. Ela abrange todo o sistema, o que inclui a estrutura técnico-administrativa, planejamento, avaliação e financiamento.
 

 
Esta estrutura é normatizada pelo Programa Nacional de Imunização e visa à manutenção adequada da cadeia de frio.
 

 
* Verificar com antecedência as condições das câmaras frias e ver necessidade de reparos,
 
* Verificar a quantidade e condições das caixas térmicas e termômetros,
 
* Verificar as condições e quantidade das bobinas de gelo,
 
* Providenciar o que for necessário de acordo com o planejamento e as condições observadas,
 
* Considerar possibilidade de parcerias com outros setores para contribuir com possíveis empréstimos,
 
* Criar Equipes de plantão para receber e acondicionar as vacinas.
 
Comunicação
 

 

 

 

 
A comunicação se apresenta com um dos principais desafios nesta Campanha, considerando o ambiente óbitos; desejo da população de se vacinar, e ao mesmo tempo a hesitação; processo de vacinação desencontrado entre os entes federados são os aspectos que marcam o contexto da Campanha.
 

 
Neste cenário, é imprescindível uma comunicação local e particular para cada território e segmento da população, mesmo em havendo uma estratégia de comunicação federal e estadual. Ações de comunicação local criam um ambiente de confiança com a população e colaboram na adesão à vacinação.
 
Necessário uma diretriz de comunicação clara sobre os grupos a serem vacinados e o motivo desta prioridade, divulgar o cronograma completo de vacinação (até onde foi disponibilizado pelo estado e Ministério da Saúde), divulgar os locais e horários de vacinação, manter transparência nas informações de doses aplicadas, metas atingidas e dos eventuais eventos adversos.
 

 

 
Considerar e Organizar:
 

 

 

 
* Comunicação com a imprensa durante os preparativos e balanços periódicos da Campanha,
 
* Comunicação particular nos territórios: cartazes, carro-som, rádio comunitárias,
 
* Comunicação com segmentos sociais e instituições estratégicas: formadores de opinião,
 
* Comunicação com os serviços de saúde que eventualmente receberão vacinas para aplicarem em seus funcionários: cuidar para que não haja extravio,
 
* Utilizar as mídias sociais,
 
* Incorporar no plano local de comunicação os influenciadores de opinião.
 

 

 
Vigilância de Eventos Adversos à Vacina - Farmacovigilância
 

 

 

 
Com uma vacinação em massa, podem ocorrer eventos adversos associados de fato às vacinas bem como doenças e agravos que naturalmente aconteceriam e serão coincidentes temporalmente com a vacinação. Qualquer ocorrência fora do esperado e sem a devida investigação pode provocar dificuldades na continuidade da Campanha.
 
Sendo assim, é preciso organizar um esquema ágil de detecção e investigação destas situações.
 

 

 

 
Capacitar e Organizar a rede de Assistência (pública e privada) e a Vigilância em Saúde para que estejam sensíveis:
 

 
* Detectar, notificar agilmente e fazer busca ativa de novos eventos,
 
* Investigar os casos (exames clínicos, exames laboratoriais etc.),
 
* Encerrar os casos e fazer a classificação final,
 
* Organizar fluxo de divulgação dos eventuais casos identificados para profissionais de saúde e população,
 
* Organizar plantão para recebimento de notificações no período fora do expediente normal de trabalho: noite, final de semana e feriados.
 

 

 

 
A rapidez em identificar, elucidar e comunicar amplamente os profissionais de saúde e toda a população cria segurança entre todos para a continuidade da vacinação.

Mobilização Social
 

 

A mobilização social visa propiciar apoio e adesão à vacinação por parte de toda a sociedade. Para isto acontecer o Plano Local deve ser amplamente debatido:

* Apresentar o Plano com o Conselho Municipal de Saúde,

* Articular e envolver setores da sociedade,

* Articular e envolver categorias de classe e sociedades científicas,

* Apresentar o Plano para Câmara de Vereadores,

* Articular e envolver lideranças locais.

Registro de doses
 

 

Utilizar o sistema de informação que foi disponibilizado pelo PNI e Secretaria de Saúde do Estado que foi o módulo específico nominal, para cadastro de cada cidadão com a indicação da respectiva dose administrada (Laboratório e lote), além da atualização do módulo de movimentação de imunobiológico para facilitar a rastreabilidade e controle dos imunobiológico distribuídos, Essa modalidade de registro garante o reconhecimento do cidadão vacinado pelo número do Cadastro de Pessoa Física (CPF) ou do Cartão Nacional de Saúde (CNS), a fim de possibilitar o acompanhamento das pessoas vacinadas, evitar duplicidade de vacinação, e identificar/monitorar a investigação de possíveis EAPV facilitando o planejamento e o acompanhamento em situações de Eventos Adversos Pós Vacinação (EAPV).

Necessário prever equipe para registro das doses nos diferentes tipos de Postos de vacinação, em número adequado, para evitar atraso e tumultos.

* Identificar pessoas com habilidade para compor as equipes de registradores de doses

* Identificar previamente a conectividade dos diferentes Postos de Vacinação:

* Onde não houver conectividade deverão ser adotadas as alternativas de registo off-line ou com impressos de registro, de acordo com as orientações do Estado e Ministério da Saúde.

* Organizar equipe de gestão e monitoramento do sistema informatizado: equipe técnica e com apoio de TI,

* Organizar fluxo e periodicidade de avaliação das metas e de divulgação do balanço da campanha.

Contexto
 

 

Realizar avaliação da campanha em toda sua dimensão permite observar o sucesso ou as dificuldades para executar o que foi planejado.

Quanto mais participativo for o processo de avaliação melhor será seu resultado, o ideal é que todos os setores que estiveram envolvidos possam participar.

Realizar avaliação durante o processo permite fazer os ajustes necessários e manter o envolvimento da equipe.

Considerar na organização da Campanha as seguintes situações:

* Filas de pessoas nos postos de vacinação devido invasão de outros grupos populacionais e de outras localidades

* Necessidade de segurança durante o transporte de insumos e vacinas

Lista sugestiva de materiais que poderão ser necessários:

* Seringa 3 ml

* Agulha 25x7

* Agulha 30x7

* Agulha 20x5, 5

* Coletor de material perfuro cortante

* Algodão

* Papel Lençol

* Luvas de Procedimento

* Álcool Gel Limpeza Superfície.

* Álcool Gel para mãos

* Álcool 70 GL

* Comprovante de vacinação.

* Máscara Descartável.

* Papel Toalha

* Sabonete Líquido

* Lixo Pedal

* Lixo Branco

* Lixo Preto

* Computador

* Impressora/ Tonner

* Mesa

* Cadeiras

* Papel Sulfite

* Caixas térmicas diferentes dimensões

* Termômetros

* Bobinas de gelo

REFERÊNCIAS

Brasil. Ministério da Saúde. Plano Nacional de Operacionalização de Vacinação contra Covid-19. Disponível em: https://www.gov.br/saude/ptbr/media/pdf/2020/dezembro/16/plano_vacinacao_versao_eletronica.pdf

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